sexta-feira, 23 de maio de 2008

RIO DAS OSTRAS JAZZ E BLUES FESTIVAL 2008


ORQUESTRA KUARUP ABRE O FESTIVAL EM GRANDE ESTILO

A abertura do festival de Jazz de Rio das Ostras fica sempre a cargo da Orquestra Kuarup. Projeto idealizado pela fundação Rio das ostras de cultura e pelo maestro Nando Carneiro.
A orquestra é composta por crianças e adolescentes e dirigida por Nando Carneiro, compositor, violonista e ex-membro da banda A barca do Sol.
Esse ano a apresentação da orquestra reservou algumas surpresas para o público, a participação do flautista e saxofonista David Ganc – companheiro de Nando na Barca do Sol – e Mário Sève, clarinetista, flautista e membro do conjunto instrumental Nó em Pingo D´água.
O repertório foi calcado na obra de Tom Jobim, representando a homenagem prestada pela orquestra para os 50 anos da Bossa Nova. O diferencial nas execuções de canções como Chega de Saudade e Wave foi a roupagem dada aos arranjos, saindo da linha tradicional da Bossa para elementos do samba e choro. Nada mais natural em uma orquestra que é composta de quatro violões, dois cavaquinhos, percussão e um naipe de flautas doces e transversas.
Uma das peculiaridades da Orquestra Kuarup é incluir no repertório, composições que fogem do óbvio quando se trata de Bossa Nova. Uma delas é Mojave de Tom Jobim, um tema desconhecido aos ouvidos do grande público, mas que representa um dos pontos mais criativos da obra do maestro.
A homenagem aos 50 anos da Bossa nova abriu espaço para dois importantíssimos compositores da música instrumental brasileira, Hermeto Pascoal e Moacir Santos. Do primeiro a excelente execução de O ovo, composição de Hermeto dos tempos áureos do Quarteto Novo, nesse tema a orquestra explorou os recursos da livre improvisação, culminando na parte mais criativa do show.
O ponto mais emocionante da Orquestra foi a interpretação do tema Coisa n° 06 do Maestro Moacir Santos, composição rica em andamento melódico e elementos rítmicos, traduzindo a competência dos integrantes da orquestra e do Maestro Nando Carneiro.
O desfecho da apresentação ficou a cargo de uma composição de Mário Sève – O cabra – mais uma vez uma grata surpresa, tratando-se de um baião que ganha fortes acentos da flauta de David Ganc e do clarinete de Mário.
A cada ano a Orquestra Kuarup se mostra mais afiada, e daqui a pouco ela ultrapassará as fronteiras de sua cidade natal e firmará o seu nome na seleta história da música instrumental do nosso país.

foto: Salvador Freitas

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