quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Juliana na música brasileira

Diversas Canções no universo da música brasileira exploraram o uso de personagens femininas. Inúmeras composições foram baseadas em nomes de mulheres. Talvez as mais conhecidas sejam, “Amélia” de Ataulfo Alves e Mário Lago, “Lígia” e “Luiza” de Tom Jobim, “Januária” e “Rita” de Chico Buarque e “Tereza” de Jorge Ben Jor.
Curiosamente um dos nomes mais citados no enredo de muitas canções é o de “Juliana”. Ele aparece em vários gêneros diferentes, pronunciado em diversos sotaques, como, Baião, samba, temas instrumentais e música sertaneja.
Começamos pela clássica “ Coroné Antônio Bento” do Maranhense João do Vale e Luiz Wanderley– gravada com grande sucesso por Tim Maia – nela Juliana é filha de um coronel linha dura, que no dia de seu casamento, prefere o piano do carioca Bené Nunes à sanfona nordestina.
Do Maranhão, Juliana foi personagem na Bahia através das canções praieiras de Dorival Caymmi, primeiro em “Juliana” gravada pelo Quarteto em Cy em 1968 e depois em “ Vou ver Juliana” onde um pescador esperava a maré vazar para ver Juliana, já que não tinha dinheiro para atravessar com saveiro. Ainda na Bahia, Gilberto Gil em “ Domingo no Parque” coloca Juliana em uma disputa amorosa entre João e José, na alegórica cena do parque de diversão de interior no trecho: “ Juliana na Roda com João/ uma Rosa e um sorvete na mão/ Juliana, seu sonho, uma ilusão/ Juliana e o amigo João”.
O conjunto carioca A Brazuca, liderado pelos compositores Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, lançou em 68 a moderna “Juliana”, onde na letra a personagem transita da adolescência para a maturidade - “ e Juliana então se fez mulher/ e Juliana viu o amor chegar”. Essa canção influenciou o aparecimento de outras Julianas na música brasileira, como, no tema do filme “ Juliana do amor perdido” do compositor e cineasta Sérgio Ricardo e na canção “ Juliana” de Danilo Caymmi e Ana Terra, gravada no disco Cheiro Verde em 77.
O sanfoneiro e compositor Sivuca em parceria com Chiquinho do Acordeom, realçou a beleza do nome na balada “ Acalanto para Juliana”.
Na música instrumental, Juliana foi tema de dois grandes violonistas, “Juliana” de Nando Carneiro, presente no disco “ Violão” e “ O choro de Juliana” de Marco Pereira, faixa do disco “ Violão popular brasileiro contemporâneo.
No universo sertanejo, Juliana foi exaltada pela dupla Tonico e Tinoco em “Juliana” e pelo compositor Rolando Boldrin na moda de viola “ Tema para Juliana”.
Com certeza, deverão existir muitas outras canções por esse Brasil a fora citando esse nome que rendeu tantas inspirações em nossos compositores. E essa quantidade de gravações, prova que Juliana possui uma melodia e uma essência poética inata ao se falar e cantar suas sílabas musicais.

Cesar Garcia

2 comentários:

Romilson Madeira disse...

Brilhante!!!!

Anônimo disse...

Realmente...não tinha observado o uso quse q comum do nome Juliana em tantas canções. Juliana inspira mt os nossos compositores por esse Brasil a fora... e se a utilização dessa nome continuar a fazer nos dar belas canções...Viva Juliana!!
Abraços meninos!!!!